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segunda-feira, dezembro 26, 2011

Te encontro na rotina

Como o vento que surge no momento em que o calor aquece violentamente, assim é a tua palavra me trazendo esperança.

Como o mendigo que quis pagar meu “dog” na porta do Clube da Cidade, assim é a tua palavra me mostrando que você não é religião.

Como o silêncio que surge depois da perda de alguém essencial, assim é a tua palavra me trazendo confiança.

Como as boas vindas que recebo do Billy quando chego em casa, assim é a tua palavra me mostrando que você é acessível.

Como o centésimo gol do Rogério Ceni depois de uma cobrança de falta perfeita, assim é a tua palavra me trazendo alegria.

Como foi cada ida aos estádios de futebol com meu pai, assim é a tua palavra me mostrando que você gosta de passar o tempo comigo.

Como cada bom dia que chega ao meu celular toda manhã, assim é a tua palavra me trazendo a incompreensível misericórdia.

Como cada almoço feito pela minha mãe, assim é a tua palavra me mostrando que o amor é uma escolha.

Como cada conversa que tenho com meu irmão depois de uma discussão, assim é a tua palavra me ensinando o perdão.

domingo, dezembro 11, 2011

02do12


Dia 02 de dezembro de 1956, dia em que o iate Granma desembarcou na costa cubana com o Exército Rebelde de Fidel Castro, dia que se tornou o nome do Blog que eu e o Gabriel Veiga criamos e dia que traz um grande ensinamento em suas entrelinhas.

Meditei no acontecimento de 1956 e concluí que é extremamente importante conviver com pessoas que nos apoiam. É necessário ter amizades com aqueles que acreditam em nós e nos incentivam. Bom, pelo menos para mim é importante.

Fidel tinha despertado o sonho naquelas pessoas e os liderava rumo a uma guerra arriscada. O desembarque foi frustrante. Perderam parte dos suprimentos e três dias depois foram surpreendidos pelo Exército de Fulgêncio Batista.

Houve muitas baixas. Sobraram um pouco mais de vinte guerrilheiros, dos oitenta e dois que viajaram.

- É número suficiente para lutar e conseguir a independência de Cuba – disse Fidel.

Nunca vivi algo tão extremo, mas sempre busquei contextualizar algumas histórias com a minha realidade.

Lembrei do meu último semestre na Bolívia. Passei dificuldades que nunca havia vivido. Foram seis meses aprendendo com essas situações. Éramos duas pessoas, eu e meu amigo Magal, correndo atrás dos objetivos.

Magal acordava às seis da manhã para treinar e não perdia a esperança de jogar em um time profissional do campeonato Boliviano. Toda semana aparecia alguma proposta, mas eram somente palavras, nada concreto.

À noite, quando eu chegava da Faculdade, conversávamos sobre o nosso dia. Eram dias de vacas magras e o desânimo tomava conta. Perguntávamo-nos o porquê de as coisas não estarem saindo do modo como gostaríamos.

Então eu lhe dizia:

- Mano, não desanima não! Você ainda vai jogar no Real Madrid e eu vou trabalhar na CNN do México!

Eram sonhos que estavam distante dali. Sabíamos que dificilmente se realizariam, mas essas ideias nos davam força para trabalhar. Eram o nosso combustível!

Um detalhe que fez a diferença era que não estávamos rodeados de pessoas pessimistas para colocar barreiras em nossas mentes.

Não é muito agradável conviver com gente que na primeira oportunidade joga um balde de água fria no nosso sonho e, muitas vezes, nos faz parar e desistir da jornada.

Bom, as coisas pioraram, meu pai faleceu e resolvi voltar.

Hoje a realidade é outra, tenho mais mordomia e a dificuldade é não se deixar alienar pela mídia e pelo consumismo.

Sempre me animo quando me lembro dessas histórias. Elas me ensinaram que uma utopia faz bem quando nos faz andar.

Fidel animou os demais e conseguiu chegar ao seu objetivo dois anos mais tarde.

A Revolução Cubana me inspira. A beleza desse acontecimento histórico está nos detalhes. Dedicação, superação e extraordinária caminhada.

                                                 “Hasta la victória, siempre!" – Fuser