Dia 02 de dezembro de 1956, dia em que o iate Granma
desembarcou na costa cubana com o Exército Rebelde de Fidel Castro, dia que se
tornou o nome do Blog que eu e o Gabriel Veiga criamos e dia que traz um grande
ensinamento em suas entrelinhas.
Meditei no acontecimento de 1956 e concluí que é
extremamente importante conviver com pessoas que nos apoiam. É necessário ter
amizades com aqueles que acreditam em nós e nos incentivam. Bom, pelo menos
para mim é importante.
Fidel tinha despertado o sonho naquelas pessoas e os
liderava rumo a uma guerra arriscada. O desembarque foi frustrante. Perderam
parte dos suprimentos e três dias depois foram surpreendidos pelo Exército de
Fulgêncio Batista.
Houve muitas baixas. Sobraram um pouco mais de vinte
guerrilheiros, dos oitenta e dois que viajaram.
- É número suficiente para lutar e conseguir a independência
de Cuba – disse Fidel.
Nunca vivi algo tão extremo, mas sempre busquei
contextualizar algumas histórias com a minha realidade.
Lembrei do meu último semestre na Bolívia. Passei dificuldades
que nunca havia vivido. Foram seis meses aprendendo com essas situações. Éramos
duas pessoas, eu e meu amigo Magal, correndo atrás dos objetivos.
Magal acordava às seis da manhã para treinar e não perdia a
esperança de jogar em um time profissional do campeonato Boliviano. Toda semana
aparecia alguma proposta, mas eram somente palavras, nada concreto.
À noite, quando eu chegava da Faculdade, conversávamos sobre
o nosso dia. Eram dias de vacas magras e o desânimo tomava conta. Perguntávamo-nos
o porquê de as coisas não estarem saindo do modo como gostaríamos.
Então eu lhe dizia:
- Mano, não desanima não! Você ainda vai jogar no Real Madrid
e eu vou trabalhar na CNN do México!
Eram sonhos que estavam distante dali. Sabíamos que
dificilmente se realizariam, mas essas ideias nos davam força para trabalhar. Eram
o nosso combustível!
Um detalhe que fez a diferença era que não estávamos
rodeados de pessoas pessimistas para colocar barreiras em nossas mentes.
Não é muito agradável conviver com gente que na primeira
oportunidade joga um balde de água fria no nosso sonho e, muitas vezes, nos faz
parar e desistir da jornada.
Bom, as coisas pioraram, meu pai faleceu e resolvi voltar.
Hoje a realidade é outra, tenho mais mordomia e a
dificuldade é não se deixar alienar pela mídia e pelo consumismo.
Sempre me animo quando me lembro dessas histórias. Elas me
ensinaram que uma utopia faz bem quando nos faz andar.
Fidel animou os demais e conseguiu chegar ao seu objetivo dois
anos mais tarde.
A Revolução Cubana me inspira. A beleza desse acontecimento
histórico está nos detalhes. Dedicação, superação e extraordinária caminhada.
“Hasta la victória, siempre!" – Fuser