A temperatura estava agradável e as nuvens decoravam o céu com suas formas imaginárias.
Dia propício para uma caminhada.
Vestiu a camisa de seu time do coração, uma bermuda e um chinelo. Estava
contente, queria desfrutar daquele dia que, igual a todos os outros, era único!
Abriu a porta e saiu pelas ruas do bairro.
Observou os pássaros que voavam de uma árvore à outra. Árvores que se
destacavam pela chegada da primavera. Sentiu falta de seus amigos que já não
moravam por ali. A rua já não era mais a mesma.
Seguiu sentido ao centro. Ao entrar pela avenida principal, deparou - se com a
multidão que caminhava para lá e para cá. O ritmo da avenida era tão intenso
que as pessoas se esbarravam, mas não se
percebiam.
O cenário estava frenético. Pessoas regressavam para suas casas depois de um
dia de trabalho enquanto crianças corriam eufóricas, anunciando o fim da aula.
Havia um senhor em situação de rua que pedia encarecidamente uma esmola e, do
outro lado da calçada, uma caixa de som gritava as promoções de uma loja. Na rua,
carros e motos duelavam por um pedaço de chão enquanto bicicletas trafegavam pela
contramão.
De repente, surgiram pensamentos em
sua mente. Questionava-se como o individualismo tinha entrado na vida de muitos
e como a rotina colaborava para o avanço desse comportamento.
Também percebeu que a competição fazia parte do dia a dia das pessoas.
Recordou que escolas e universidades ensinam que é necessário estudar muito para
ser o melhor no mercado de trabalho, que políticos lutam entre si para ver quem
é o rei da mentira e quem chegará ao cargo tão almejado. Também se lembrou das religiões,
que disputam fiéis e os incentivam a viver lutando por vitórias.
Lembrou-se de um conhecido que foi assassinado por seu próprio irmão porque,
ah... nem é bom expor.
Seus pensamentos o levaram até o fim da avenida e quando a "Dona Noite" começou
a tomar seu espaço, talvez competindo e vencendo a "Dona Tarde", decidiu caminhar
de volta ao seu aconchegante lar.
Na volta se deparou com a mesma situação caótica do centro e com as bonitas
ruas de seu bairro.
Ao entrar em sua casa, sentou-se e se auto-avaliou. Chegou à conclusão
que todos, de uma forma ou outra, se deixam levar pelo individualismo e pela indiferença.
Percebeu o quanto já fora influenciado pelo entorno social e sentiu “um certo”
medo ao entender que sua vida poderia estar sendo mal aproveitada.
"Será que há cura para essa tal indiferença? Como deixar de ser individualista
e se transformar em uma pessoa generosa?" - pensou em voz alta.
Na verdade, ninguém é inocente nessa
história!
Se tudo está assim, cada um tem seu papel e sua participação... Positiva? Quase nunca...
ResponderExcluirestamos nos tornando gente com muito verniz e pouca raiz. . .infelizmente !! Patty Levy
ResponderExcluirDiante de tantos "maus do século" eu penso que o individualismo é o pior...
ResponderExcluirMandou bem no texto Marquinho. Show de bola
Lili